12º Bunka Matsuri reflete metodologia e valores da educação japonesa
Fonte da Imagem: NippoBrasil
No dia 19 de maio, o Bunka Matsuri – Festa da Cultura Japonesa -, promoverá uma palestra com a pedagoga Mayumi Kawamura, diretora do Colégio Oshiman, para abordar a metodologia de educação japonesa e seus reflexos na sociedade.
O debate expõe as particularidades do ensino nipônico e as práticas que estimulam os alunos a desenvolverem valores e habilidades como a empatia, a gentileza, a generosidade e a compaixão. Além do currículo tradicional, o ensino japonês contempla matérias como educação moral, cidadania, artes, artesanato, música e trabalhos domésticos.
Público-alvo: educadores, profissionais da área de Educação e demais interessados no tema.
Caso tenha interesse, você pode contribuir com a doação de material escolar. As doações serão destinadas ao Kibô-no-iê.
A JCI Brasil Japão está contribuindo na organização e divulgação deste evento. O Bunkyo é um parceiro de longa data da nossa organização.
Para se inscrever, preencha o formulário abaixo: https://goo.gl/forms/K0fk7KAweOdugRvH3
Data: 19 de maio (sábado) Horário: 11:00 Local: Auditório do Bunkyo
Endereço: Rua São Joaquim, 381 — São Paulo — SP (próximo ao Metrô São Joaquim) Fone: (11) 3208-1755 Site: www.bunkyo.org.br Entrada Franca Mestre de Cerimônias: Marcelo Asamura
SOBRE A METODOLOGIA JAPONESA DE ENSINO:
por Carol Ayako Doi
O sistema educacional japonês foi reformado após a Segunda Guerra Mundial. O antigo sistema 6-5-3-3 foi alterado para o sistema 6-3-3-4 (6 anos de ensino fundamental, 3 anos de ensino médio, três anos de colegial e 4 anos de universidade), seguindo o sistema americano.
São 5 etapas do jardim de infância até a Universidade: Youchien (jardim-de-infância): Pode durar de um a três anos; Shougaku (Ensino fundamental primário): Duração seis anos; Chuugaku (Ensino fundamental secundário): Duração de três anos; Koukou (Ensino médio): Duração de 3 anos; Daigaku (Universidade): Duração média de quatro anos.
Nos dias de semana, as aulas normalmente começam às 8:30 da manhã e terminam às 3:50 da tarde. No primário, as aulas duram 45 minutos, com uma pausa de 10 minutos entre uma aula e outra. A partir do ginásio, as aulas duram 50 minutos. Os alunos vão à escola aos sábados duas vezes por mês, das 8:30 da manhã ao meio dia e meia. Oficialmente há 35 semanas de aula por ano.
Há 9 matérias regulares no ensino básico japonês: língua japonesa, estudos sociais, matemática, ciência, estudos ambientais, música, arte e artesanato, conhecimentos domésticos e educação física.
O Japão tem tanto escolas públicas como privadas, em todos os níveis. Nenhuma delas é totalmente gratuita, mas as escolas públicas são consideravelmente mais baratas que as particulares. Muitas escolas elementares, primárias e de nível médio (colegial) são públicas, enquanto a maior parte dos jardins-de-infância (maternal e pré-escola), escolas técnicas e universidades são particulares. Em 2002 a freqüência nas escolas particulares foi de: 79% nos jardins-de-infância; 0,9% nas escolas primárias; 4% nas escolas ginasiais; 29% nas escolas de nível médio; 91% nas escolas técnicas e de 76% nas universidades.
O ano acadêmico dos japoneses é dividido em três trimestres e os alunos possuem férias de 6 semanas durante o verão, além de pausas de duas semanas durante a primavera e inverno.
Escola primária /Shougakkou (小学校)
De 6 a 12 anos de idade. A escola primária é obrigatória no Japão, os alunos começam aos 6 ou 7 anos de idade, estima-se que 99% das escolas do país sejam públicas. O uso da escola é grátis, também são usados alunos monitores que auxiliam na manutenção da ordem.
O currículo acadêmico padrão inclui língua japonesa, estudos sociais, aritmética e ciências, completadas com outras matérias como educação moral, artes, artesanato, música, trabalhos domésticos, educação física e língua inglesa.
Escola Média/Chuugakkou(中学校)
De 12 a 15 anos de idade A escola Média é obrigatória e começa aos 12 ou 13 anos de idade, estima-se que 95% das escolas médias sejam publicas, a média é de 38 alunos por classe em grandes cidades, e 30 em menores, cada sala possui um conselheiro. Ao contrário das escolas elementares, na escola média os estudantes têm diferentes professores para diferentes matérias, os professores usam outros tipos de mídia como televisão, rádio e computadores, algumas matérias também são usados laboratórios, a organização também é baseada em pequenos grupos.
O currículo inclui língua japonesa, estudos sociais, matemática, ciências, música, artes, tecnologia, e educação física. Também existem aulas de trabalhos domésticos e industriais, junto com educação moral e de cidadania. Também existem grupos de atividades especiais nas escolas, além de algumas escolas terem esportes como baseball, futebol, basquete e outros.
Escola Secundária Alta/Koukougakkou (高校学校)
De 15 a 18 anos de idade. Apesar da escola Secundária Alta (高校学校-Koukougakkou) não ser obrigatória no Japão, aproximadamente 94% dos estudantes da escola média vão para a superior, as escolas superiores são pagas, inclusive as públicas que representam aproximadamente 76% dos estudantes.
O currículo inclui disciplinas acadêmicas como língua japonesa, matemática, ciências e inglês, junto com história, geografia, atividades cívicas e economia doméstica, mais as disciplinas específicas para áreas específicas, sendo as áreas econômicas e industriais as mais populares.
De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Japão é o país com o maior nível de igualdade na educação, quando comparado a outros países com índices de desenvolvimento similar.
No país asiático, a grande maioria dos estudantes das classes sociais mais baixas tem acesso a educação de qualidade equivalente àqueles de classes sociais mais altas – segundo dados da própria OCDE, apenas 9% da variação de desempenho entre os alunos é ocasionada por diferenças socioeconômicas.
Além disso, o Japão apresenta um dos menores índices de evasão: 96,7% dos jovens terminam o ensino médio; a média dos países analisados pela OCDE é de 76%. No Brasil, o índice é de 46%.
SEM PROVAS NOS PRIMEIROS TRÊS ANOS DE ESTUDO
Escolas japonesas não forçam estudantes a fazer provas até a quarta série porque na cultura do país as maneiras são muito valorizadas. Para eles é mais importante que jovens estudantes tenham boas maneiras do que boas notas, ou que passem horas estudando antes de uma prova para passar de ano.
A crença é de que o caráter das crianças deve ser desenvolvido. Por isso, é melhor evitar o caráter avaliador das provas durante esse processo de aprendizado.
O respeito pelo próximo é desenvolvido na sala de aula. Estudantes devem mostram reverência para com os colegas e o professor. A relação entre eles é muito importante, e quem demonstra respeito pelo professor não faz birra na sala.
As crianças são ensinadas a respeitar as outras pessoas e serem gentis com os animais e com a natureza.
Elas também aprendem sobre generosidade, compaixão e empatia. Além de autocontrole, coragem e justiça.
LIMPEZA NA ESCOLA
A maioria das escolas japonesas não contrata faxineiros, os próprios alunos cuidam da limpeza alunos japoneses limpando a sala de aula.
Nas escolas japonesas, os próprios estudantes são responsáveis pela limpeza das salas de aulas, corredores, lanchonetes e banheiros.
O sistema educacional japonês acredita que exigir que os alunos cuidem da limpeza da escola os ensinará a trabalhar em equipe e a ajudar-se mutualmente.
Além disso, o tempo e esforço gastos na tarefa de limpeza faz com que as crianças respeitem o próprio trabalho e o trabalho dos outros.
Estudantes japoneses limpam a própria bagunça, incluindo salas de aulas e banheiros. A ideia é que eles aprendam a trabalhar em equipe, a dividir responsabilidades e a desenvolver um sentimento de respeito para o cuidado das coisas (e não só das pessoas).
O sistema de ensino de lá não desperdiça oportunidades para a formação de caráter e divide os estudantes em grupos de forma a permitir que, ao longo do ano, todos tenham tido experiência com cada uma das tarefas disponíveis.
ALIMENTAÇÃO NA ESCOLA
Nas escolas japonesas, o almoço escolar é fornecido em um cardápio padronizado e é comido na sala de aula.
O sistema educacional japonês quer garantir que seus alunos comam de forma equilibrada e saudável. Nas escolas públicas, o almoço é feito segundo um cardápio padronizado desenvolvido por chefs especializados e profissionais da saúde.
Todos os colegas de classe comem na sala de aula junto ao professor. Isso ajuda-os a construírem relacionamentos positivos.
Com a exceção de estudantes com alergias alimentares, todos os alunos japoneses comem de um menu igual, que conta com uma alimentação saudável e balanceada. Os próprios estudantes servem os colegas e o professor come com eles.
OFICINAS PÓS-AULA
Para entrar em uma boa escola secundária, é comum que as crianças japonesas entrem em escolas preparatórias ou participem de oficinas depois da aula.
No Japão, é muito comum ver grupos de crianças retornando de suas atividades extracurriculares no final da noite.
Os alunos japoneses têm um dia escolar de 8 horas e ainda estudam durante feriados e aos finais de semana. Neste país, quase nenhum aluno é reprovado durante a escola primária ou secundária.
ESCOLAS PÚBLICAS ENSINAM ARTE TRADICIONAL
No Brasil é comum que até o ensino médio tenham aulas de arte nas escolas, mas o conteúdo varia bastante de escola em escola. No Japão, os estudantes aprendem sobre as artes tradicionais da cultura local e são encorajados a dar valor a elas. Eles aprendem a fazer Haiku, que é um estilo formal de poesia, e o Shodo, que envolve escrever caracteres kanji e kana co um pincel de bambu em papel de arroz.
Além dos assuntos tradicionais, os estudantes japoneses também aprendem caligrafia japonesa e poesia mão escrevendo em caligrafia japonesa
A caligrafia japonesa, ou Shodô, envolve mergulhar uma escova de bambu na tinta e usá-la para escrever hieróglifos em papel de arroz.
Para os japoneses, Shodô é uma arte que não é menos popular do que a pintura tradicional.
Haiku, por outro lado, é uma forma de poesia que usa expressões simples para transmitir emoções profundas aos leitores. Ambas as classes ensinam as crianças a respeitar sua própria cultura e tradições seculares.
UNIFORME
Quase todos os alunos devem usar uniforme alunos japoneses uniformizados conversando
Quase todas as escolas japonesas exigem que seus alunos usem uniforme.
O tradicional uniforme escola japonês consiste em um estilo militar para os meninos e uma roupa de marinheiro para as meninas.
A política de uniforme tem como objetivo eliminar as barreiras sociais entre os alunos, além de promover um senso de comunidade entre os estudantes.
PRESENÇA
A taxa de presença escolar no Japão é de 99,9% estudantes japoneses não costumam faltar às aulas. Além disso, cerca de 91% dos alunos do Japão informaram que nunca, ou quase nunca, ignoraram o que o professor lecionou.
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